domingo, 30 de maio de 2010

Eu amo as pessoas de um jeito estranho, se eu estivesse me vendo de fora, diria que eu não sei amar. Não sei porque sempre faço tudo errado, estabeleço silêncio onde deveria haver palavras, palavras onde deveria haver abraços, abraços onde deveria haver distância, distância onde deveria haver compreensão, tudo errado, fora do lugar. Respondo atravessado quando dentro de mim ainda estou do outro lado da rua, é uma confusão. Mas amo, amo até quando meu silêncio parece indiferença, quando meus conselhos parecem esporro, quando meu colo é mais duro que uma tábua, amo. Amo e quero perto, todos os meus amigos, mesmo que seja pra rir da minha cara por eu não saber dançar ou pra me chamar de mimada e dizer que esse amor é recíproco. Por que eu sei que eles me amam, eles fazem tudo certo e fazem tão bem que até acham que a certa sou eu. Eu, a menina sonhadora da cabeça das nuvens viro chão de um, a grossa, viro o porta voz pra felicidade, a viajante viro o porto seguro. E me sinto tão amada, tão realizada. Quando eles vem contar o dia pra mim, dos novos amores, dos dessabores, dos planos e dos erros, pra mim o mundo se basta ali, neles, nas voz de entusiasmo por saber que estou ouvindo, na entrega da fala por confiarem plenamente e no sorriso que eu vivo e movo o mundo para que aconteça. Por isso eu não sei amar, eles amam por mim e isso faz com que eu goste tanto de mim mesma que não precisa desenvolver nenhum outro tipo de sentimento que não seja os que já tenho.

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