quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

...

Eu não sofri por você, pelo contrário. No dia que você me mandou embora da sua vida de vez, saímos juntos, cozinhamos, rimos, jogamos conversa fora com nossos amigos, nos divertimos juntos. E quando nos despedimos aquele dia, não fui pra casa morrer de chorar como gostaria, fui pra uma festa de turma, ficar bêbada, te esquecer. Logo você, que sempre me fez rir tanto, que ficava doidão comigo pra me fazer esquecer o ex, estava me fazendo beber pra te esquecer. Aquele dia eu me diverti, fui a bêbada engraçada que nunca era com você - eu achava que era eu mesma com você, mas não era - me tornei o centro das atenções e diverti a festa inteira com minhas histórias, danças e piadas, demos gargalhada infindáveis até a hora de ir pra casa. E quando eu cheguei em casa, eu estava cansada e bêbada demais pra chorar.
Não sofri no dia seguinte, não senti nada, como se o álcool ingerido na noite anterior tivesse apagado a primeira vez que nos beijamos - meu melhor primeiro beijo - e nenhum dos dois sabia o que fazer com a língua, lábios, mãos, parecíamos nunca ter beijado antes, você disse que eu devia ter feito feitiço pra fazer você se apaixonar por mim (mas o feitiço, diga-se de passagem, virou contra o feiticeiro).
Não senti nada durante a semana que se seguiu, coloquei outro corpo e história no seu lugar (já era de se esperar, vai!) e nem sua visita inesperada num sábado à noite (eu já estava com o outro) me comoveu.
Estudei com você para as provas como sempre fiz e tentei ignorar a tensão sexual pairando no ar, tentei não encostar em você, não te olhar porque na certa você estaria me olhando (e eu nunca resisti ao seu olhar, você sempre soube) e tentando me tocar. Droga, mais uma vez cedi, beijei você e tive raiva, você sabia meu ponto fraco, ele era você. Fazia e me levava pra onde queria.
Doeu te dizer pra nunca mais me beijar, doeu te ignorar, doeu te dar um tapa quando você insistiu pelo meu beijo, foi uma dor boa, de superioridade e vitória, mas doeu.
Não tanto quanto agora que te digo adeus, que pego cada parte da nossa história que tanto amo, ponho na estante (ainda revivendo viagens, passeios, aventuras, histórias, piadas) para que se junte as outras.
Foi bom amar você. Foi bom sentir seu amor. E agora, quando o que aprendemos de bom um com o outro é recolhido, te olho com paixão e tesão pela última vez. Chegou a hora do adeus, minha paixão, meu anjo, minha sina, meu pecado, meu protetor, meu salvador.
Hoje eu me permito sofrer por você, não só por saber que é inútil tentar o contrário, mas porque enxerguei que deveríamos nos ter dado aquela chance que nos negamos. E eu só fico me perguntando: e, se?

2 comentários:

  1. amandinha! Não sabia que tinha blog. E também não tinha a noção do quanto você escreve bem. Parabéns. Sou sua nova seguidora, agora faço parte da platéia :)

    beijinhos

    ResponderExcluir
  2. não escrevo tão bem qnt vc, mas estou ensaiando pra isso! um beijo linda! bem vinda a minha platéia.

    ResponderExcluir