quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Fim.

De todas as previsões, a pior é a do fim. Mas e quando o fim é tão iminente desde o primeiro "oi" trocado? Só ele e eu sabemos, mas eu sempre dizia a ele e dizia nos nossos momentos mais felizes, que eu sabia que terminaríamos que eu sabia que estávamos nos preparando pras próximas e próximos. Eu sabia, carregava aquela certeza em meu peito que me era ainda mais constante nos momentos de felicidade plena, ou seja, nos momentos em que bastava que nossos olhares se cruzassem pra eu ter certeza de que era feliz, totalmente feliz. E foi assim, exatamente assim. Acabamos sem motivo, talvez porque a relação já estivesse no fim, talvez pela minha previsão, talvez por culpa minha ou dele, talvez porque eu fiz da minha crença nossa verdade. Mas o que isso importa agora? O fim, o recomeço, o reabastecimento já se fez.
Fico me perguntando porque ainda sofro. E ao contrário das maiores dores em que não procuramos motivo, eu encontro vários. Tão iguais e tão diferentes, quase me contradigo. Sei que amei demais, tanto que desaprendi. Sei que fomos felizes quando éramos apenas um quando juntos e sei mais ainda que nunca mais quero esse tipo de amor ou dependência em mim, sei suas cores e gostos e porque sei, não quero mais experimentar nenhuma cor ou gosto que me fascine tanto, sei o que é felicidade e simplesmente opto por não ser mais feliz daquele jeito. Isso faz minha cabeça girar, fico transtornada, porque pensar nisso ainda? Simples e tão complicado: porque isso sempre vai fazer parte de mim, parte da minha história que ninguém arranca nem apaga, feliz ou infelizmente.
Quando prevemos o adeus, ele não deveria ser tão doloroso. Mas quando me despedi dele, me despedi de mim também, de uma Amanda tão linda, ingênua e completa. Eu tive que deixar aquela meninha pra trás pra me tornar esse mulherão que sou hoje. Ainda não sei o que eu queria ser de verdade, aliás, não sabia, até ontem. Hoje eu sei: quero ser eu mesma. E eu sou exatamente isso, esse misto de ontem e hoje, menina e mulher, criança e velha, imatura e madura demais. Eu sou essa. Que já previa o adeus, que sabe do fim no exato instante do começo (mesmo que o começo não seja anunciado), essa que sabe quando tirar seu time de campo e que nem sempre o faz na hora certa. Eu sou essa. Que já sabia do fim e exatamente por isso fez cada momento valer extremamente a pena.
De todas as previsões, a pior é a do fim.

2 comentários:

  1. Pra quem foi isso? Prever o fim é horrivel.. não faz isso! você sente um gosto de metade.. está feliz mas sabe que vai acabar.. então há uma pontinha de tristeza..

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  2. pra ele e ele sabe quem ele é, já q tudo que é destinado a ele, tem o 'ele', como nome, msm q a seja no título. hahah (meio confuso, não?).

    n gosto de prever nada, mas qnd o fim ta escrito, não da pra negar sua presença.

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