terça-feira, 1 de junho de 2010

Aqui dentro

Esse bando de coisa que você odeia estudar, que conta no relógio os segundo pra acabar a aula e você poder fumar seu cigarro, ligar pro seu namorado, andar à toa pela rua, se passa dentro de mim agora. Você consegue ver aqui dentro, as batidas que meu coração faz em forma de pulo agora? Meu corpo quer ficar e essa agonia me obriga a andar, sair, ficar parado por mais de 10 minutos me cansa mais que andar 6 horas morro acima em baixo do sol escaldante do verão. Ta aqui dentro, passando com um filme e ao mesmo tempo estático, grudado, colado, colado, sim, já tentei arrancar, puxei, esmaguei, repuxei, soquei, guardei, aceitei, aceitei não, mentira, não aceito nada, nunca, convivo, entendo, ignoro, mas aceitar não. Aceitação é atestado de impotência, impotente não, não me venha com isso. Se pra um homem é difícil ouvir que é impotente, em alguma momento da vida (e esse momento sempre acontece), sobre seu o seu pênis ficar ou não ereto, meça aí o quanto é, pra mim, ouvir da minha impotência sobre meu próprio corpo e antes fosse só por um momento, meu amigo, antes fosse, é um vida inteira, um dia inteiro dentro desse corpo onde armazeno isso tudo que você acha um tédio, nome técnico, termo científico, que saco, dane-se quem tem isso, chega logo o intervalo. CHEGA LOGO O INTERVALO, pra mim, o intervalo entre uma vida e outra e eu não tenha que tá aqui dentro, o intervalo entre um repuxar e outro dos olhos, entre um 10 minutos e outro que eu consigo me concentrar, chega logo o intervalo, é no intervalo que tudo acontece, movimento, som, cor, gente, barulho, façam barulho, pelo amor de Deus, muita informação, o tempo todo por favor, encham minha atenção de atenção, mais uma informação, música e filme, filme e livro, livro e conversa, conversa e exercício, exercício e música. Música por favor, música pra tapar esse som de dentro que atormenta, música pra sufocar esse excesso de vazio, música pra que eu posso ouvir um pensamento só, vamos lá pensamento, um de cada vez, façam um fila, se organizem, eu vou pensar em todos, prometo, prometo ouvir tudo, planejar, analisar cada possibilidade, mas façam uma fila, ordem no tribunal. Droga, minha ordem é desordenada. Deixa o 7 na frente do 5, ele tá com a cabeça virada pro lado esquerdo assim como o 1,2, 3 e 4, que sentido faz colocar o 5 antes destoando tudo, 5 pirracento, deixa ele por último e que venham os interessados em olhar pra frente 7, 8 (8 é neutro, vai!), 9 isso, 5 e 6 pro final, beijando a parede, cantinho do castigo sem estrelinha do bom comportamento no final da aula. Do que eu tava falando mesmo....ah, já sei, do pensamento desordenado, não, antes disso idiota, deixa eu reler....Ah ta, era isso mesmo, a bagunça aqui dentro, a desordem, a dor, ah, esquece, isso já não faz mais sentido, continuo cantando a mesma música desde a primeira linha. Vou dedicar-me a ela, a um bom papo, talvez a um livro concomitantemente, não sei, deixa esse papo de sentimento pra depois que é muito complicado pra esse pensamento conturbado aqui.

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