quarta-feira, 16 de junho de 2010

Eu.

"Eu acho que você deveria rasgar esse papel e fingir que nada disso aconteceu". Essa frase ficou martelando na minha cabeça cada milésimo de segundo desde 2 horas e 24 minutos atrás quando a ouvi e acho que vai continuar assim, pelo menos nos próximos meses, quissá anos. Eu era de um jeito, de repente veio um papel que me mudou e agora eu tenho que desmudar o que o papel mudou? Esquecer os traumas, danos, medos, inseguranças e mágoas. Assim, pisca e esquece. Ta, lembrar como uma coisa que não faz mais parte da minha vida, lembrar sem mágoa e até com saudade. Bem, acho que to tendo que aprender a tratar sentimentos e situações demais na minha vida assim ultimamente. Não, eu não quero me vitmizar, esse papel nada tem a ver comigo, mas exigem demais de mim. Meus pensamentos podem ser flexíveis, mas meus sentimentos não. Eu não amo e desamo, espero e desespero assim de um dia pro outro, com um rasgar de papel, aliás, um papel que eu nem posso rasgar senão minha mãe me mata. Esquecer não é assim, não é fácil. Primeiro tem que querer esquecer e querer esquecer é difícil. Depois temos que abandonar o sentimento e deixar um sentimento perdido na estrada não é fácil. E aí vem a decepção, a raiva e depois o conformismo. Mas aí, como eterna insatisfeita, o conformismo logo passa e começo a achar que posso lidar com o sentimento estando perto dele, conviver com situação vivenciando-a. Aí as recaídas acontecem, dá vontade de colocar toda a culpa do drama naquilo, dá vontade ter de volta, dá vontade de viver aquilo novamente não por ser melhor, mas por ser mais fácil. Esquecer, falando assim parece tão fácil. Então agora seria seguir, sem desculpas, sem medos. Só eu, sem máscara nenhum me perseguindo.

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