Lembro dos esporros do papai, das palavras que até hoje doem e da maneira como você sempre ouvia com atenção, chorava desfazendo-se do orgulho e perdoava cada palavra impensada guardando só o que podia aprender de bom com aquilo e tentei imitar isso na vida. Tentei levar de cada pessoa só a parte boa, tentei não ser tão orgulhosa, tão teimosa, tentei ser sempre um pouco de você, já que você sempre foi o melhor que eu tive.
Hoje, já adultos, vejo-te casar, criar seu próprio caminho, seguir seus próprios passos. Não é mais o moleque pra quem eu implorava que me deixasse descer uma vez a rua no carrinho de rolimã, mas ainda é pra quem eu imploro, não pra andar no seu carrinho, mas pra ser feliz.
Não gosto muito da ideia de nos ver crescendo tão depressa, no fundo, dá uma sensação de que eu poderia ter feito mais, ter aproveitado mais sua companhia, entretanto, me deixa feliz saber que você agora dá as mãos e a alma a uma pessoa tão linda por dentro e por fora e que te faz tão feliz. Se é pra você crescer, casar e mudar, que seja com ela.
Isso tudo não é uma despedida, uma carta, um drama, é só um pedido de que você continue sendo tão meu irmão, tão exemplo, tão reflexo e que em breve faça a sua própria garotinha tão feliz como sempre me fez. O que eu espero pra sua filha, é que ela tenha a sorte de ter um irmão como você por perto, o que eu espero pra você e pra sua esposa é que esse amor que vocês transmitem possa continuar se ampliando e se exalando por toda parte.
Felicidades!
Amor, Amanda.
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