sábado, 5 de dezembro de 2020

Sempre tive dificuldade com despedidas. Na infância, trocava o "tchau" por "até logo", temendo até mesmo o poder da palavra do adeus. Hoje não é tão diferente.
Nunca tive medo do novo, o mesmo sempre me excitou e sempre foi o que eu busquei. Isso sim, hoje, tem uma certa diferença.
Comecei a me despedir da cidade antes de voltar pra ela, no momento em que aceitei um emprego em outro lugar. Desde lá a ansiedade me tira  sono.
Desci do ônibus, já aqui: dois cavalos dividindo a calçada comigo, sem conseguir controlar as lágrimas.
Olhei em volta: a Universidade, a ciclovia, o cheiro de maresia, o caminho percorrido todos os dias, um filme. Deixar Rio das Ostras é deixar uma parte de mim que eu não gostaria que deixasse de existir.


10/12/15

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