sábado, 5 de dezembro de 2020

Amor: o impossível… e uma nova suavidade – Suely Rolnik

"se me perguntassem por que eu o amaya, eu diria, porque era ele; porque não era eu". A partir disso
a questão que te coloco e se para não cair num buraco negro não é essencial que haja alguém com quem se possa prosseguir no processo. Alguém que, de certa maneira, nos ajude um pouco a manter as pés no chão de vez em quando, e para quem nós também sirvamos, de vez em quando, de apoio para que ele não caia em um buraco negro.
(...)
A primeira e que da só se faz se preservarmos conquistado pelas maquinas celibatarias - ter autonomia de vão, um vão onde o encontro com o outro irredutivelmente outro nos desterritorializa; ser pura intensiclade desse encontro. A segunda e que, se issa e necessário, no entanto, suficiente: ao mesma tempo que se da a desterritorialização, e precise que, ao longo dos encontros, territórios se organizem, que nao sabíamos que sem território algum, a vida, desarticulada, mingua. E nos empenhamos na criação desta nova cena (novas cenas?)
(...)
Quase replicantes que somos, ja sabemos também de que é feito esse empenho: ele é feito de amor. Mas, por enquanto, pouco ou nada sabemos acerca dessa especie de arnor. As faixas de frequência dessa inusitada viagem ainda não estão bem sintonizadas. Ha ruidas, sons inarticulados, e muitas vezes não suportamos esperar que uma composção nasça: na pressa de já ouvi-la, corremos o risco de compôr esses sons com ve1hos clichês. É inevitável não cair na pieguice de um final feliz. De novo a cilada do Espelho"

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