quinta-feira, 7 de julho de 2011

Vem cá, senta aqui, antes de tudo, vamos conversar. Peraí, pára de me beijar, a gente tem a noite toda pra isso. A gente ta aqui pra quê? Ah, não sabe? Pois eu te conto! Pra fazer sexo, ok? Fazer sexo? Então pára com essa história de querer beijar minhas costas e de elogiar cada parte do meu corpo. Você não precisa encontrar um adjetivo pros meus pés, peitos e barriga. Tudo bem sério! Não, eu não sou feito essas que precisam de ilusão, é exatamente isso que te pedi naquela carta, lembra? Não me iluda.
Não, eu não to chateada, só quero deixar as coisas claras, pra que ninguém mais saia machucado. Não é que eu não goste da sua mania de contar as pintas pelo meu corpo, de fazer cafuné até eu dormir ou me acordar com um beijo estalado no pescoço. Não é que eu esteja reclamando das nossas guerras de cosquinhas, das dancinhas matinais ou do concurso de piada idiota. Tampouco das histórias de dormir ou das canções de ninar, mas poxa, se amanhã a gente vai passar um pelo outro e trocar oi de longe, por favor. Não me iluda.
Pronto, já disse tudo que eu queria te dizer, agora pode continuar me beijando. Não no automático, não precisa de ficar com medo de ser você. Só te peço encarecidamente que você não seja alguém de quem eu vá sentir falta em todas as noites frias da minha vida. Não me iluda.

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