sábado, 5 de maio de 2012

O que eu quero

Eu quero uma casa pequena com um jardim grande onde a gente vai plantar uma árvore de porte alto que consiga aguentar uma rede pendurada na primeira semana de matrimônio. Uma sala com sofás cinzas confortáveis pra receber nossos pais semanalmente e assistir ao jornal seguido da novela abraçadinho em baixo do edredon diariamente. Quero uma cozinha com mesa grande pra receber os amigos nos almoços de domingo, aliás, são esses amigos que nos farão ter um estoque de colchonete pra espalhar pela sala em noites de feriados prolongados quando vierem nos visitar numa cidade diferente a cada 3 ou 4 anos. Quero um quarto com cheiro de sono e de amor, um recanto onde eu possa me sentir segura, onde eu possa me sentir mais eu, onde eu deite procurando seus ombros largos pra recostar tendo a convicção de que assim tudo estaria em seu lugar. Eu quero mais que planos, mais que sonhos. Quero estender uma canga no jardim numa madrugada de sexta feira e deitar com você ao lado e um filho no ventre enquanto decidimos com que idade nosso herdeiro vai largar a chupeta, aprender a andar de bicicleta sem rodinha, o que faremos com a primeira nota vermelha, a primeira namorada, a primeira decepção, o primeiro porre. É por essa vida que eu sou capaz de largar tudo, é almejando esses dias que percebo que o fato de mudar de casa, de cidade, de Universo não é nada se pudermos estar juntos. Ontem à noite, antes de dormir, fiquei pensando que talvez esse mundo possa ser o inferno de outro planeta e a gente nunca se dê conta. Hoje pela manhã eu vi que não, não dá pra considerar inferno um lugar onde tem você sorrindo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário