sexta-feira, 31 de agosto de 2012

7 bilhões

Tenho o coração na mão, mas me convenci de que é melhor tê-lo na minha mão do que na sua, que não sabe o que fazer nem com as mãos, quem dirá com o meu bombeador de sangue e sentidos. Sei que muitas músicas tristes ainda passarão por meus tímpanos e que algumas dezenas de mensagens de texto serão escritas com o intuito de te fazer sentir pelo menos uma parte do que habita em mim (não é possível que não tenhas sido tocado por todo esse amor que exalo por ti), mas eu quero que saiba: eu estou vivendo bem sem você. Por mais que a sua lembrança seja permanente em meus sonhos e cotidiano, ainda que eu me pegue imitando - sem me dar conta à princípio - seu modo de falar ou gesticular, mesmo que o seu abraço ainda faça falta na minha cintura enquanto tento imergir no mundo dos sonhos, eu estou bem.
Eu admito que eu queria que você fosse o meu último amor (qualquer idiota que tenha me ouvido falar de você por mais de dois segundos sabe disso), porém saiba que tem sido fácil te tratar como só mais um desde o momento em que você escolheu assim.
Somos 7 bilhões de pessoas, cerca de 191 países e, por motivos óbvios, há algumas centenas de caras tão ou mais compatíveis comigo do que você.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Alguém que me pergunte da tristeza dos meus textos, mas não me cobre por eles. Que me diga que eu estou errada, mas me dê um abraço ao invés de bronca. Que goste de mim pelo que eu sou ao invés de tentar me dizer tudo que eu poderia ter sido. Que prefira plenitude à permanência. Que avalie o meu agora sem me condenar pelo meu ontem. Que cure minhas dores com sorrisos e não com mais tristeza. Que chegue assim, devagar, “pelas beiradas”, e que, quando eu me desse conta de já estar alojado em meus pensamentos, me dissesse “não tema, eu não vou embora”. Alguém assim, exatamente como você.





                                                    

Eu vou ficar bem


                Na contra-mão do medo de escrever qualquer coisa que registre tal momento conturbado, transbordo sentimentos pelos dedos antes que eles escorram em uma ligação telefônica, um email, uma garrafa de vodka. Eu corri e quem hoje critica meu sorriso idiota quando ouço sua voz do outro lado da linha, não deve lembrar do quanto eu corri de você e de tudo que eu sinto. Corri tanto que hoje de manhã tive que marcar um encontro com tudo que realmente sinto pra me lembrar. Eu esqueci tão bem da parte de mim que você habita que preciso retirar algumas camadas de medo e repulsa pra acessar, pra entender que tudo que vivemos teve um saldo muito mais positivo do que negativo.  Eu estou escaldada e sei que ainda vou ficar assim por um bom tempo, porque se de hoje pra amanhã você decide que não é nada disso que quer, que foi um erro, eu estou bem. Porque se quando você se der conta que entre nós nunca vai ser “só um encontro” e quiser desistir mais uma vez, eu vou ficar bem.  Porque quando eu me der conta da loucura que estou fazendo e perceber que você nunca vai sentir por mim nem metade do que sinto por você, eu vou ficar bem.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Padrão

Você ditou um padrão, construiu-o e não consigo me livrar dele, mesmo que tente, talvez não perceba. Não sei se é responsabilidade minha ou praga tua, sei que sou, hoje, em grande parte, muito de você, que me ensinou a ser mulher - embora eu ainda não tenha aprendido.
Você que tirou a maior parte das minhas virgindades - e não me refiro aqui àquelas sexuais, que me mostrou um mundo novo, que tirou meu mundo do lugar e fez rolar por aí em busca de algo que até hoje eu não sei o que é. Você que me vivenciou o desapego, que me fez possível o amor livre, que quis que eu vivesse o mundo mesmo que pra isso eu precisasse deixar de nos viver. Pode ter certeza: será sempre minha melhor saudade. Dos dias à toa, das madrugadas quentes, viagens - dias em ônibus e semanas em barracas, experiências "extra-mentais", discussões intermináveis, colo inigualável, festas - que eu desejei nunca mais acabar, broncas - que tanto me fizeram crescer, cartas, praias, danças - no silêncio da sala escura, filmes nerds, vida.
Se todos os meus amores forem como o nosso, ainda que por praga tua, vou terminar os dias com meus melhores sorrisos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Genética

A gente só continua perto de quem pode nos acrescentar algo. Logo, concordo com Freud, escolhemos nossos amigos quando encontramos parceiros que nos dariam herdeiros mais fortes e bem sucedidos. Mesmo quando não pensamos em ter filhos com eles, queremos o que fará de nós mesmos mais fortes e bem sucedidos, visto que buscamos nos realizar em nossos filhos e está aí tal confusão. Quando a pessoa deixa de nos oferecer filhos geneticamente favoráveis, nos afastamos dela. Sei do erro que isto é, visto que não deveríamos tratar pessoas como objetos, visto que deveríamos valorizar o algo mais e além que sempre tem pra ser descoberto quando nós, o outro, decretamos o fim. Sei que me afasto de quem não tem nada a me dar, maior seja o erro que prego nisto. E que então entendo também quando me deixam, mesmo que eu ainda tenha muito a oferecer. Talvez este seja o nosso erro total, avaliar como nada onde na verdade ainda há tudo. Talvez este tenha sido meu erro toda vez que virei as costas pra alguém quando deixei de achá-lo interessante, seja como homem ou amigo. As pessoas só nos interessam enquanto despertam algo que nem nós mesmos sabemos explicar. Que injustos somos e que injustiça há conosco. Essa de sempre cumprir e exigir expectativas que nem nós mesmos podemos alcançar. Avaliamo-nos apenas como genética mesmo na era da filosofia (mentira, a gente não tá na era da filosofia, mas finge). Eu gostaria de ter feito menos amigos pra ter perdido menos amigos, pra não ter chegado a este fim mesmo sem nunca ter tido essa conclusão. Eu gostaria de não ser ser humano, interesseiro e interessador como sou, como me fazem, como me fiz.
Não, eu não entendo como alguém pode ser tão babaca. Como pode tratar o outro com indiferença e esperar receber amor. Não entendo como podem acreditar que paixão, amor ou sei lá mais o que, é algo inabalável, indestrutível. Não entendo como é possível que acreditem que eu ou qualquer outra pessoa continuaríamos aqui mediante a dor que o pouco caso provém. Não entendo como plantar ventos sem esperar colher tempestade.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Devaneios de fevereiro.

Eu tento me desvencilhar de você todos os dias,tento não pensar na vontade que eu tenho de q a gente desse certo, tomasse um rumo juntos, tomarmos jeito...já que vivem dizendo que não temos.
Ao invés disso, nos vejo cheios de propostas de novos enredos, cheios de planos e com o nosso vínculo se apertando cada vez mais. Eu sei que tenho que ter paciência, que na idade que a gente tem isso não é nada relevante, mas eu morro de medo de morrer sem ter tido a chance de nos vivermos direito
Talvez eu seja mesmo todo esse sentimento que me visto, talvez seja apenas porque não sei perder, me disseram. O passado é mesmo sempre muito mais bonito. E a forma de contar torna os fatos mesmo sempre muito mais felizes do que foram, do que são, do que podem ser.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Releitura.


"Mas tudo bem, a afinidade aparece como borboletas intrusas e bem-vindas. Minhas besteiras. Tuas gargalhadas de canto de boca. Meus olhares românticos. Teus cabelos voando levemente. O som da Gadu. O cheiro de mirra. Confesso que acho engraçado e assustador, quando você fala de coisas pessoais e eu percebo que, no fundo, no fundo, você acaba falando de mim também em tuas frases.
Aí você diz que precisa ir embora. Algo entre o tô-com-medo-de-me-apaixonar e talvez-você-não-seja-quem-eu-preciso-agora. Abaixa a cabeça e deixa o cabelo cair sobre o rosto. Tenta se esconder atrás das mechas negras. Está com aquele receio de se entregar para alguém com sorriso torto, barba mal feita e tristes histórias sobre relacionamentos mal acabados.
Você pede mais um café, mais um trago, mais um cérebro e mais um coração. Diz algo entre estar cansada de depender dos outros e cansada de depender da pessoa errada. O café chega quente. Você assopra a caneca como uma criança experimentando mingau pelas bordas. Mas fuma como uma quarentona desesperada. E insiste em ter que ir embora.
Então, eu proponho um novo encontro. Um café. Um filme francês. Um chocolate quente. Uma volta no parque. Uma tarde inteira ouvindo reggae. Ou uma noite inteira ouvindo Blues. Qualquer coisa que me faça ver aqueles olhos castanhos novamente.
Te encontrei com semblante triste numa cafeteria do shopping. Te pedi o açúcar e você me olhou querendo um abraço. Somos dois estranhos falando de coisas em comum. Você acredita em destino? Pois é, eu também não. Você diz que vai ligar, mas nem tem meu número. Diz que está se sentindo sozinha. Mas, no fundo, me analisa como quem está traindo alguém por gostar da minha companhia. Você diz “tchau”. Eu digo: “tudo bem”. Dá dois passos, olha para trás e pergunta meu nome. Eu digo o meu telefone. Você anota e sorri."


(por Hugo Rodrigues, tirando as palavras da minha mente e transformando-as em poesia).

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Fica em mim.

De tudo que não sei, sei disso de proferir palavras, mesmo que ao vento, mesmo que agora elas tenham perdido tanto o sentido, já que "estou apaixonada" só causa o impacto merecido na primeira vez que é dito. Na verdade, não sei de nada, não consigo nem encaixar meus sentimentos numa única conjugação, não sei brigar pelo preconceito de letras organizadas de forma poética que muitas vezes dizem mais do que eu. O que eu to tentando escrever? Que eu me sinto nua, completamente desprovida de armaduras ou máscaras. Que eu não sei definir isso e, acho mesmo, que não preciso de nomes, mais uma vez, são só palavras. E a gente é tão...real perto de tudo que eu possa te fazer tentar entender.
Medo eu só tenho da sua desonestidade, de não ouvir a sua verdade da sua boca e descobrí-la traumaticamente depois, do resto, já me desfiz, não me sinto na sua mão, apesar de me sentir sua.
Não sei se vejo futuro, mal sei o que vou querer/ser/fazer daqui a 30 minutos, só acho desperdício jogar a gente fora por certezas que não deveríamos ter. Ou não.
Eu gosto assim, aprendi com você, das coisas naturais. Do que eu não preciso correr atrás, me esforçar pra agradar, tentar me enquadrar ao que se espera. Eu gosto dessa sensação de te guardar em mim, de não querer te mostrar pra ninguém, não por ser poético, mas por não querer gastar, por não querer te dividir, por querer sentir o cheiro dessa história só em mim.
De tudo que não sei, sei que são palavras, não contratos, nem promessas, tampouco previsão do amanhã, a única coisa que é, até aqui, é uma vontade enorme de te fazer ficar em mim.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Redenção

Exatos 365 dias atrás eu não imaginava que alguém poderia se capaz de mudar uma história inteira de lugar, não imaginava que o cara que eu tava “indo ver qual é” ainda fosse, depois de 8 meses, me fazer sentir a certeza de uma promessa vitalícia, não imaginava que dava pra sentir tremer do dedão do pé até a ponta do nariz ao avistar alguém de braços cruzados do outro lado da rua. Sempre cheio de conversas ao invés de ir logo ao que deve, poderíamos passar mais longas horas conversando e implicando um com o outro, poderíamos passar meses a fio sem dar o braço a torcer de que os melhores dias desde que nos lembramos tinham sido aqueles, que começaria nos próximos minutos dividindo o mesmo ar.
Não sei bem como chegamos até aqui, não sei exatamente quando se iniciou minha fé inabalável na gente, não sei mais contar os dias sem nos ter como referência. Um ano depois, uma vida após, ainda sinto o mesmo, ainda fecho os olhos e te desejo mais do que a própria vida, ainda lembro cada sensação, cheiro e gosto como se estivesse acontecendo agora, ainda estou aqui no mesmo portão te guiando até mim. E sempre estarei.
Passou-se um ano, saiba: poderia ter se passado uma vida, mesmo que seja na próximo ou na outra, continuaremos dividindo o mesmo ar.


                                                                                                               Can't Help Falling In Love





“Like a river flows surely to the sea
Darling so it goes
Some things are meant to be
So take my hand, and take my whole life too
Cause I can't help falling in love with you”

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

memórias de um menino bobo

que bom a gente assim, juntos
você perto de mim e eu esquecendo do mundo

a maior verdade de todas é aquela que foi dita,
sem rodeios, sem medidas, sem causar ilusão à quem acredita,
ela vem crua, desnuda de vaidades,
e traz ao peito de quem escuta,
a confiança de que é feita

então me escuta, me leia
seus beijos são como cicuta
e seus braços como teia

você tem medo de que ?
de machucar o outro ou a si?
ainda há perdão, caso algo lhe entristeça
só não há tempo pra dizer que não
no pouco tempo que nos resta

a sua companhia é feito gim
e eu te bebo em goles, cada vez maiores

te vejo com os olhos de um menino
e sob o canto dos filhos de Oxum
te convido a encher comigo
os lábios com mais beijos e a boca com sorrisos

mesmo que acordado
te vejo em um sonho
coberta de nardos e afagos
com um perfume inebriante
e exalando uma beleza rara

ainda que inevitável seja a despedida
e dar de cara contra o muro talvez seja a minha sina
quase nem percebo acontecer

pois não é dor o que eu sinto
só saudade dos noites que passei em claro ouvindo seus gemidos
e contando seus sinais ao assistir você dormindo

embaraçando seus cabelos
em uma dança xamânica de dedos
os enrolando fio por fio
e assim causando arrepio

por via do descuido ou do acaso, já não sei
sei apenas que às vezes sinto medo
por não saber se eu te tenho
ou ter certeza que te perco

em seus deleites eu me banho
e pela correnteza sou levado
como se tudo fosse antes
premeditadamente armado

não me esqueça
não se perca nesses versos
nem desapareça

um mundo todo que te quer descansa em mim
embalado em uma onda de bocejos

e cada vez mais estou perdido
deliciosamente em meus desejos




(Bruno Martins Dias)

domingo, 12 de agosto de 2012

Diretamente de 2006.

Temos uma amiga em comum que sempre me diz que eu e você vamos acabar casando. Mal sabe ela que já estamos casados. Mal sabe ela que já estamos casados. Pois o maior casamento não é o jurídico ou o sexual, o maior casamento é o de almas afins, com os mesmos ideais e atos. O maior casamento, pra mim, é a amizade verdadeira, que vai além do padre, da Igreja, do sexo, dos filhos, do morar junto e fica no enfrentar barreiras, dar colo, conversar, aconselhar, se respeitar.
Outros, me perguntam por vezes seguidas, insistentemente, se estamos ficando. Eu, claro, digo a verdade: não. Mas sei que estamos ficando. Ficando mais amigos, mais íntimos, mais pacientes, mais compreensivos, enfim, mais evoluídos.
Já me perguntaram também se eu gosto de você. Eu digo que não. Porque eu não gosto de você, eu amo você.
Questionaram-me sobre a origem dos sonhos. Sonhos sonhados dormindo, nada mais são que coisas que já aconteceram ou estão para acontecer, não sei. Sei que sonhos, também são desejos ocultos, vontades. Vontade é coisa que dá e passa.
Hoje vejo, que nossa amizade ultrapassa o casamento, o "ficar", o gostar, o sonhar. Nossa amizade está acima e além do que eu acreditava.
Sei que somos, dois dos poucos a existir nesse mundo, verdadeiramente amigos.
E amigo é pra sempre. Mesmo que o pra sempre não exista. Porque se não houver "pra sempre" nunca houve amizade.




de um pra sempre que dura a 7 anos.

04/08/2006

As flores do meu jardim nasceram mortas
Junto dos meus sonhos despedaçados
Eu antecipei o futuro
E tapei o meu próprio juízo
Mas quem mais poderia ser a flor do meu jardim?
Eu tenho que retirá-las pra que nasçam novamente?
O meu sorriso é uma máscara ou
As minhas lágrimas fingimento?
As flores continuam me olhando
Olhinhos que brilham em minha direção
Pedindo a minha mão
Será que elas sabem que fui eu quem as queimei?
O meu erro é maior que a minha dor
Ou minha dor é maior que o meu erro?
Um sonho acordado que virou pesadelo antes de sê-lo
Você pode me socorrer agora?
A sua mão ainda alcança a minha?
Eu sei que tem florzinhas que vão continuar a me amar
E outras florzinhas que não vão me perdoar
As flores do meu jardim, dessa vez
Morreram vivas...

sábado, 11 de agosto de 2012

Aquele momento da vida (o tempo todo) que você se pergunta: mundo, quê que cê tá falando?
As histórias se somam na minha retina e invadem meus sonhos. Quando acordo, sinto meus pesadelos rindo da minha cara, "nós somos melhores que a sua vida". Não sei mais como passar pelas pedras que meu caminho se tornou, vontade única é ficar aqui deitada esperando o mundo passar enquanto eu durmo de mim. Já não quero palavras bonitas, músicas tristes, abraços apertados, só quero ser deixada em paz, mesmo que a paz não exista. Qualquer coisa parece me distrair, finjo bem, sorrio fácil, aprendi assim desde os primeiros passos. Ninguém pode imaginar onde meus pensamentos estão quando eu gargalho e digo "idiota" e isso de alguma maneira ainda me faz sentir protegida. O pouco que resta da minha inspiração são só uma tentativa de grito que é só o que posso fazer fazer se minha voz se desalojasse da minha garganta para o mundo. De tudo que encontrei no mundo, nada se pareceu com a minha cura.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Minha cabeça só ouve gritos, mas é ainda melhor do que o roteiro de filme ruim que minha mente resolveu passar todos os dias quando fecho os olhos e tento dormir. Ou não.
Sinto meu coração bater em todas as partes do meu corpo: olhos, dedos, cabelo, peito, pé, barriga, bunda. Só por isso já deveria me assustar, estão espero que o meu desespero seja compreendido em constatar que eu tenho cola em cada espinho do ninho deles que meu coração se tornou e todos eles são empurrados contra os pedaços de mim a cada contração. Não me resta outra saída que não fazê-lo parar.
Quase nunca a divisão ao fim de um relacionamento é justa: eu fiquei com a sua lanterna e ele com o meu coração.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Não é triste quando alguém que você considerava muito interessante e especial passa a ser só mais uma história pra contar?
Nesse momento não consigo pensar em nada pior.

Diálogos bêbados (e não-etílico)

- Pode falar?
- Posso sim...
- Já se mudou?
- Ainda não, mudo no final dessa semana.
- Quero te mandar uma coisa, me fala um email que ninguém tenha sua senha.
- Ninguém tem senha nenhuma minha.
- Mando na sexta.
- Na véspera?
- Era pra ser semana que vem, por isso.
- Ah sim!
- Tudo bem aí? Tá fazendo o que?
- Sim, num bar ouvindo blues. Você iria gostar.
- Seria a boa ouvir música boa.
- Quê que você ta fazendo?
- Falando com você, ué.
Por quê?
- Pra saber. E por saudade.
- Quer me ligar? Essas paradas são fodas.
- Não dá, pra sair da minha mesa passo no meio do palco.
E ouvir sua voz seria pior.
- Você que sabe.
- Ignorante, como sempre.
- Ouvir minha voz vai ser pior? Só você mesmo! Ainda me trata mal!
- Se isso é tratar mal, não sei o que é tratar bem.
- Sabe me tratar bem sim.
Ou sabia, sei lá.
- É, não sei,
- Sei lá também.
Acabou o assunto comigo?
- Você me irrita.
- Eu te irrito? Então vou dormir.
- Não!
Você tem permissão pra me irritar!
- Então tá tranquilo.
- Sua mãe ta felizona que você tá namorandinho neah?
- Parece que sim, mas porque você ta falando isso?
- Tava todo mundo achando que você não tinha coração, daí aparece essa mina arrebatadora aí.
- Pior que tava desse jeito mesmo! Arrebatadora foi foda.
- Pra te fazer namorar...pago pau!
- Paga pau? Você é foda!
- Conseguiu o que nunca conseguirei.
- Nossa...
Oi?
Oi?!?!
Ooooi?
- O que você quer que eu responda?
- Só tava zuando, pára.
- Olha o que você fala.
- Pára de viajar.
- Oi?

Oi?!?!
Ooooi?
- Ta.
- Vou parar de te perturbar.
- Ta.
- Vai ficar me tratando assim?
Pelo menos da pra me responder?!
- To normal, ué! Não to chateada não! (:
- Aham. To vendo o tratamento normal.
- Desculpa, eu não gosto que você namore,
- Entendi e não entendi ao mesmo tempo.
- O que você não entendeu?
- Que você não gosta. Você t;a aí com um carinha e tal. Situações iguais.
- A diferença é que se eu pudesse escolher estaria com você. Não fui eu quem decidi que as coisas fossem como são.
- Aham, to ciente das coisas. Me desculpa se falei alguma merda aqui hoje pra você.
- Olha como você é.
- O que eu fiz agora?
- Você fala como se eu estivesse implorando.
- Você sabe que eu não acho isso! Você viaja, não acho nada disso. Viaja! Se liga, vou ter que dormir que preciso acordar cedo amanhã.
- Ok. Beijos.
- Boa noite, não queria me despedir assim de você esse noite.
- Assim como?
Pode me deixar falando sozinha mesmo,.




- Dormi com o celular na mão...desculpa.
- Sem problemas, volte a dormir.
- To indo, durma bem. Beijos. Muitos.
- Você também.
- Valeu por ter conversado comigo desse jeito hoje, até mais.
- Espero que não seja ironia. Eu que agradeço por você existir.
- Você me conhece. Beijos.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Putas e santas


Esse texto é sobre o amor. Não desses que a gente espera que os outros sintam por nós ao longo da vida, mas pelo que a gente deve sentir todos os dias quando se olha no espelho. É sobre os rótulos que a gente aceita que nos coloquem ao longo da vida. Não é sobre o que rotula, por embora todos nós um dia caiamos nesse mérito, não pretendo tocar nele.
É sobre a necessidade de a sociedade tentar nos transformar em "meninas pra namorar" desde o momento que sentamos no vaso alcançando o chão. Sobre acabarmos nos tornando pessoas sem graça, sem sal, sem opinião e sem vontade própria em prol de um relacionamento em pleo século XXI. Sobre deixarmos que a opinião de uma massa alienada valha mais que o que temos vontade de fazer. Sobre a vontade que tenho de escrever o quão idiota é isto quando o mundo se diz tão evoluído e feminista.
Sobre o quanto eu escolho minhas amigas pelo tanto de conhecimento que elas me passam, pelas histórias que a sede de vida causam, pela falta de máscaras, armaduras e caretices convencionais. Do quando eu admiro alguém que me faz calar a boca, que tem argumento, que se banca. Sobre a minha conclusão de que estas são as mulheres (sim, menina é quem se anula pelo outro, aos 12 ou 45 anos) que fazem sexo sem compromisso, que dão em cima do cara que estão a fim, que dançam como se ninguém estivesse olhando, que levantam bandeira defendendo sua opinião, que se fazem ouvir levantando ou não o tom de voz, que tem argumento pra discutir uma madrugada inteira o mesmo assunto.Vejamos, sim, é isso, essas são as mulheres muitas vezes julgada como "só pra comer" e estou certa de que é nelas que os homens pensam depois de uma noite sem graça ao lado da "namoradinha".
E é, enfim, sobre a fala de uma sábia amiga "a diferença entre as santas e as putas é que as putas falam". E de verdade? Quando os hormônios se tornarem escassos, o sexo rotineiro e a rotina cansativa é só isso que vai restar a quem te acompanha: falar.



Obrigada Deus, Universo, família, amigos, livros que li e lugares que eu fui pela minha, talvez única, certeza: eu nunca vou ser "menina pra namorar".

domingo, 5 de agosto de 2012

Singela descoberta sobre o mar

Me diziam, quando criança, que o mar se revoltada e promovia catástrofes devido ao número de prédios e estradas que a gente construía no lugar que antes ele predominava (e que esse também era o motivo pelo qual as ondas sempre levavam embora meus castelos de areia). Hoje vejo que a única coisa capaz de mudar o trajeto das ondas, de revoltar cada partícula de sal de cada gota do oceano é a dor humana.

E essa é a maneira de não estar sozinho enquanto só, mesmo à beira de um colapso, o mar sempre estará disposto a ser companhia, sempre tentando convencer a me desfazer em lágrimas ao invés de cortar o peito tentando tirar a dor que me habita.

sábado, 4 de agosto de 2012

Ontem, te observando adormecer ao meu lado, fiquei pensando na quantidade de dor que dois olhos e uma boca podem aguentar. Pelo seu riso insistente e olhos ausentes de lágrimas, suponho que a do mundo inteiro.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Ela

Posso não ser tudo que você sonhou, nem perto, ainda assim não entendo como pode me trocar por ela. Eu estou te dizendo, eu valho mais a pena. Posso te dar futuro, sonhos realizados, viagens de fim de ano, jantares em restaurantes caros, herdeiros correndo pela sala. Posso te dar colo, abraço, sorrisos e piadas pra rir o resto do mês. Posso te dar conselhos, ajuda e amparo. É só você querer.
Ela vai te tirar tudo, você pode me ouvir? Dinheiro, saúde, família e amor. Vai acabar com a sua dignidade, esperança e paz. Vai se tornar uma ditadora dentro do seu próprio corpo, te colocar coleira e te guiar por onde ela quiser. Ela está acabado com tudo de bonito que há em você. Não é recalque, nem melindre, nem invenção, acredite.
Eu poderia te garantir a liberdade que você sempre sonhou e me ensinou, é só você me escolher.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Porquê escrevo.


Escrevo porque é muito mais fácil ser ouvida no silêncio, muito mais certo ser entendida sem precisar se explicar. Pra não enlouquecer com meus traumas, dores e desgostos. Pra achar um vão entre meus pensamentos que me fazem sentir deturpada e fraudada, por dentro e pelo corpo. Pra tentar acabar de vez com essa maluquice desse olhar desprovido de sanidade e de amor-próprio. Pra tentar entender que nunca corresponder a nenhum padrão ou expectativa não é o fim do mundo. Pra tentar achar os motivos dos mecanismos de defesa, agora físicos, ao invés de me odiar por isso. Eu escrevo pra não enlouquecer.