quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Entre.

Minha pele tem seu cheiro, minha língua tem seu gosto, meu corpo, o teu contorno. Clamo pelo nosso enlace dia e noite, é o único momento em que te capto, te rapto. É o único momento em que não preciso juntar palavras, deduzia significados, implorar gestos. É só quando eu te vejo de verdade. Não, não é só sexo, eu sei diferenciar. Não tem a frieza do cópula egoísta, é repleto de arrepios e desvios que só é comum ao amor. Cantei um dia desses, "deixa eu entrar eu entrar em você, seus medos posso curar", mas tu é homem difícil, impossível de traduzir, de se deixar sentir. Te viro pra que eu posso olhar dentro do teu olho, feito a gente viu no filme outro dia, deslizo minha mão chegando ao ponto exato do seu prazer feito você me ensinou quando éramos só amigos. É nesse auge que tudo se mistura, que saio de mim pra entrar em você enquanto você habita o meu ser, é nesse auge que eu desejo parar, pra nunca mais te ver me dizendo adeus, indo embora do meu cheiro, da minha língua, do meu corpo.

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