sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal.

Eu não quero confessar que desfiz de toda superioridade, de cada certeza essa noite. Todo dia 25 de dezembro me lembra você. Pensei no quanto eu sou feliz hoje: mais mulher, mais madura, mais espontânea, mais confiante e percebi que você não cabe mais na minha vida. Entretanto, se é assim, pergunto-me porque você ainda cabe no meu coração, nos meus dedos, nas minhas cores. Eu não queria te ter durante o amigo secreto da família, tampouco na minha casa enquanto o sono invade minhas pálpebras e bocejos, eu não queria querer estar em qualquer outro lugar desde que fosse com você, passar a noite em claro onde só nossas bocas pudessem habitar, eu queria poder dizer que essa noite sem você foi um alívio, que eu sorri, contei histórias, impliquei com a caçula da família e ouvi os sábios conselhos da matriarca sem que seu rosto passasse sequer pela minha mente. Eu queria acreditar que é mais válido gastar dinheiro com o meu bem-estar do que com o aparelho eletrônico que você estava querendo a um tempão, e que me esparramar na minha cama a noite inteira é muito melhor do que te aturar roubando meu travesseiro durante a madrugada. Eu não queria sentir os sentimentos embolados no peito a cada minuto que passa a partir da meia noite, eu não queria acreditar que o amor existe, acho que o Natal faz essas coisas com a gente, faz o sentimento ser superior à razão, acho que o Natal nos faz desarmar, nos entregar e mesmo assim eu não queria a companhia do seu olhar no meu hoje.

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